quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Obvio.


Hoje você me trouxe o obvio em forma de presente.
Com cheiro de sono, o que é evidente me foi dado cedo pela manha.

Como a florista que colhe as flores ainda em botão, cedo, em sua mão.
Você as me trouxe para que se abrissem tarde, em minha mão.

Existe algo de encantador no obvio
Algo que cativa, mas que não é meu.

A flor do obvio evidencia a beleza.
Explicita o quão macio são suas pétalas,
Evidencia a delicadeza de toda sua estrutura,
E o quão forte é o simples fato de ser obvia e de ser flor.

Nunca me encantei com com o obvio
Sofri, penei, me perdi e esqueci caminhos
Que sempre desejei trilhar.
Deixei a ansiedade do tempo tomar conta do tempo.

O teu obvio amor, me foi o presente que nunca tive.
Que neguei por tanto tempo e insistentemente em receber.
O teu obvio amor, foram em mim flores
Que não permiti que florescessem.

No presente, estou pronto para o que nunca tive.
Preciso e quero ser possuído por teu obvio,
E quero ser o obvio teu.

Obvio, Te amo.


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