domingo, 24 de abril de 2016

Apoio

Cada dia tem sido um novo dia, cada detalhe tem sido diferente, até mesmo os mais rotineiros tem sido diferente. Até mesmo os mais obvios são diferentes.
Hoje me apoiei em um filme, Train to Lisbon. Dialogos interessantes, roteiro bem amarrado. Senti vontade de conhecer Lisboa, passar alguns dias lá, mas não faz sentido. Não faz por que esse é mais um detalhe das centenas de detalhes que surgem ao longo do meu dia. Esses detalhes são insistentes, carregam com eles a lembrança de que não tenho você, e então o que fazia sentindo não faz mais.
Não faz mais porque perdi parte de mim em você, e o que ficou comigo já não reconheço mais. Não me vejo mais nas coisas que faço, não me vejo mais nas coisas que crio, nem caibo mais em meu corpo, pois tudo, cada detalhe é você e não mais eu.
Cada dia tem sido um esforço cansativo para ser quem eu era para me reconhecer no que eu era, ou quem eu era. No trabalho, na relação com as pessoas, no aconselhar a um amigo. 
Ficar sem ter o que fazer é o momento que mais tenho paz, que me traz mais tranquilidade, pois não preciso ser quem eu sou e então eu posso ser você. Eu posso ser teu cheiro, eu posso ser teus olhos, teu corpo, teus sonhos e teus medos. 
Fui tão irresponsável e negligente com você nesses últimos tempos que sinto vergonha de mim, reconheci que eu estive perdido todo esse tempo e que você me achou nesse emaranhado de coisas e mais coisas que não são absolutamente NADA, eu tenho sido nada. E no meio de tudo isso você conseguiu me encontrar.
Hoje a cada dia eu me apego a um novo detalhe para conseguir me reencontrar, mas eles são fortes e tão fortes não me aceitam assim fraco. O filme hoje me apoiou, os detalhes nele me apoiaram, todos esses detalhes diarios e tudo o que tem sido diferente, tem de certa forma, me apoiado só ainda não sei se esse apoio será forte o bastante para suportar isso tudo. 

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